A Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança (RISCOS), em colaboração com o Departamento de Geografia e Turismo, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), e demais parceiros institucionais, está a organizar o VII Congresso Internacional de Riscos, subordinado ao tema “Recursos Naturais, Energia e Sociedade: riscos globais e caminhos para a sustentabilidade”, que decorrerá presencialmente na cidade de Coimbra (Centro de Portugal), de 26 a 29 de maio de 2026.
As alterações climáticas e o Acordo de Paris (UE, 2016), ao exigirem uma revisão profunda dos padrões de produção e consumo, bem como a redução das emissões de carbono, impulsionaram mudanças estruturais e inovações tecnológicas, sobretudo no setor energético. Este movimento abriu caminho para a chamada “dupla transição energética e geopolítica”, baseada na substituição progressiva dos combustíveis fósseis por fontes renováveis, que se afirmam como alternativas sustentáveis. Essa transição tem gerado uma crescente procura por recursos naturais e terras raras, intensificando disputas pelo domínio do solo e do mar, bem como pelos seus recursos minerais e biológicos, agravando conflitos geopolíticos. A intensificação das atividades antrópicas — como a extração de terras raras e a produção de minerais críticos — tende a agravar os riscos ambientais, afetando diretamente os territórios e as suas comunidades, além de potenciar conflitos e tensões geopolíticas em múltiplas escalas.
Paralelamente, há territórios que, devido à sua localização geográfica, contexto climático e perfil geológico, estão expostos a um conjunto diversificado de riscos naturais, antrópicos e mistos. Estes riscos tornam-se cada vez mais frequentes e afetam vastas áreas do globo, sendo essencial investir na redução dos riscos e catástrofes e na construção de sociedades mais resilientes.
Os painéis temáticos convocam os estudiosos da área, bem como todos os que possam contribuir para o avanço do conhecimento relacionado. Cada tema promove o diálogo entre disciplinas e saberes — do conhecimento local ao científico e técnico — abrangendo as ciências exatas, da terra, humanas e sociais, e contribuindo para a identificação, caracterização e avaliação metódica dos riscos naturais, antrópicos e mistos, que condicionam a segurança, a qualidade ambiental e a vida das populações. Estes são aspetos fundamentais para a adoção de medidas adequadas de eliminação ou mitigação dos riscos, conflitos e suas manifestações, os quais serão analisados neste VII Congresso.
O Congresso inclui 8 linhas temáticas, divididas em 5 painéis gerais e 3 painéis de grupos de investigação, às quais qualquer autor pode submeter resumos de trabalhos, sejam comunicações orais ou em formato de poster:
Painéis Temáticos Gerais:
- Painel 1 – Transição Energética e Sustentabilidade: Ambiente, Vulnerabilidade Social e Desigualdades
- Painel 2 – Governança, Políticas Públicas e Geopolítica dos Recursos
- Painel 3 – Conflitos Socioambientais e Justiça Climática
- Painel 4 – Mudanças Climáticas, Biodiversidade, Água e Uso do Solo
- Painel 5 – Riscos Naturais, Antrópicos e Mistos e as intervenções da Proteção Civil
Painéis Temáticos dos Grupos de Trabalho: (abertos a todos os participantes)
- G1 – Rede para o estudo dos Incêndios florestais e seus efeitos nos Solos (RIS)
- G2 – Medicina de Catástrofe (MedCat)
- G3 – Grupo de Investigação em Educação para os Riscos (GIER)